Bursite e tendinite no ombro: qual a diferença
Saiba quais as principais diferenças entre bursite e tendinite no ombro, causas, como diagnosticar e tratar.
Dor para elevar o braço, incômodo à noite e sensação de “pinçamento” são queixas comuns.
Nessa hora, aparece a dúvida: qual a diferença entre bursite e tendinite no ombro? A diferença é o tecido que inflama e o caminho do tratamento para tirar a dor e devolver a função.
No ombro, tendões e bursas trabalham em sintonia, em um espaço limitado entre o úmero e o acrômio. Quando a mecânica do movimento falha, surge atrito, sobrecarga e inflamação.
O que são tendões e bursas no ombro
Tendões ligam músculo ao osso. No ombro, o manguito rotador (supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor) é o grupo mais afetado, porque estabiliza a articulação nos movimentos acima da cabeça.
Já as bursas são pequenas bolsas com líquido que reduzem o atrito e facilitam o deslizamento dos tendões, sobretudo na região subacromial.
Diferença entre bursite e tendinite no ombro
A diferença entre bursite e tendinite no ombro é direta:
- Bursite: inflamação da bursa.
- Tendinite (ou tendinopatia): inflamação e degeneração do tendão.
Na prática, elas podem acontecer juntas. Quando o tendão do manguito rotador está irritado, a bursa ao lado pode inflamar por contiguidade.
Em muitos casos, a tendinopatia é o problema principal e a bursite entra como componente associado, por isso, a diferença entre bursite e tendinite no ombro nem sempre aparece só pelo laudo.
Causas mais comuns
Geralmente existe uma combinação de causas:
- Movimentos repetitivos com o braço acima da cabeça (trabalho, esporte, academia).
- Treino com técnica ruim, carga alta ou volume excessivo.
- Fraqueza do manguito rotador e dos músculos que controlam a escápula.
- Postura alterada, favorecendo impacto e compressão.
- Traumas, quedas e pancadas.
- Envelhecimento com microlesões do tendão.
- Tabagismo, diabetes e doenças reumatológicas.
Sintomas que costumam aparecer
A diferença entre bursite e tendinite no ombro pode sugerir padrões, mas os sintomas se misturam:
- Dor no ombro que irradia para a parte lateral do braço.
- Dor para elevar o braço, vestir roupa, alcançar prateleiras.
- Dor ao dormir sobre o lado afetado.
- Perda de força e resistência.
- Limitação de movimento e rigidez.
Procure avaliação com ortopedista de ombro se houver estalo com perda súbita de força, incapacidade de levantar o braço, febre ou dor após trauma.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico é clínico: história, exame físico e testes para impacto, força do manguito e mobilidade. Exames de imagem podem complementar:
- Ultrassom: bursa distendida, tendões espessados, calcificações e roturas parciais.
- Ressonância: detalha o manguito e lesões associadas.
- Raio X: avalia calcificações e alterações ósseas.
Um laudo citando “bursite” ou “tendinite” não fecha o caso sozinho. É necessário também investigar outras possíveis lesões.
Tratamento
O tratamento costuma ser conjunto, com foco em reduzir a inflamação, recuperar o movimento e corrigir a sobrecarga.
Cuidados iniciais
- Ajustar a atividade que disparou a crise (reduzir movimentos acima da cabeça por um período).
- Gelo por 15 a 20 minutos, 2 a 3 vezes ao dia, nos primeiros dias.
- Medicação analgésica e anti-inflamatória só com orientação médica.
Fisioterapia e exercício terapêutico
Na maioria dos pacientes, a fisioterapia é o eixo central quando se fala em tratamento de bursite e tendinite no ombro. Ela costuma incluir:
- Mobilidade do ombro, escápula e coluna torácica.
- Alongamentos dirigidos, sem forçar no limite da dor.
- Fortalecimento progressivo do manguito rotador e estabilizadores escapulares.
- Treino de padrão de movimento, para reduzir impacto.
Infiltração e cirurgia
Quando a dor impede a reabilitação, pode ser indicada infiltração com corticoide, com critério, evitando repetições frequentes.
Cirurgia é menos comum e é reservada para falha do tratamento conservador por meses, ruptura significativa do manguito ou conflito mecânico importante, muitas vezes por artroscopia.
Riscos de não tratar
Dor persistente pode virar dor crônica, com perda de mobilidade, fraqueza e compensações no pescoço.
Em alguns casos, o tendão enfraquece e pode romper, mudando o cenário e definindo qual conduta seguir.
Como reduzir a recorrência
Para pacientes que sofrem de bursite e tendinite no ombro, as minhas orientações para evitar a recidiva são:
- Progredir carga e volume de treino, respeitando técnica.
- Fortalecer escápula e manguito de forma regular.
- Ajustar ergonomia e fazer pausas em tarefas repetitivas.
- Controlar glicemia e parar de fumar, quando aplicável.
Mas caso você venha sofrendo com dores persistentes no ombro, a minha sugestão é procurar um especialista para o correto diagnóstico e o tratamento de acordo.
FAQs
Bursite no ombro pode virar ruptura do manguito?
A bursite não “vira” ruptura sozinha, mas costuma aparecer junto de tendinopatia. Se a sobrecarga continua por muito tempo, o tendão pode enfraquecer e romper.
Tendinite no ombro sempre vem com bursite?
Não. Existe tendinopatia sem bursite visível. Também existe bursite mais evidente quando há atrito e compressão local.
Quanto tempo demora para melhorar?
Crises leves podem melhorar em algumas semanas com ajuste de carga e fisioterapia. Casos arrastados costumam precisar de algumas semanas a poucos meses de reabilitação bem feita.
Gelo ou calor ajuda mais?
Gelo costuma ajudar na dor mais inflamada, principalmente nos primeiros dias. Calor pode ser útil para rigidez e preparo para exercícios, quando indicado pela fisioterapia.
Infiltração resolve de vez?
Ela pode reduzir a dor e permitir avançar na reabilitação, mas não substitui fortalecimento e correção da mecânica. Repetir infiltrações com frequência não é uma boa estratégia.
Quando procurar um especialista?
Quando a dor dura mais de 7 a 10 dias, volta sempre, atrapalha o sono ou existe perda de força e limitação importante de movimento.



