Sinovite no ombro: sintomas, causas e tratamento
Aprenda a identificar os sinais de sinovite no ombro e quando buscar ajuda especializada.

A sinovite no ombro acontece quando a membrana sinovial inflama. Essa camada produz o líquido que lubrifica e nutre a cartilagem.
Quando inflamada, altera a mecânica da articulação e costuma provocar dor, rigidez e inchaço.
Com base em minha prática clínica em ortopedia de ombro em Goiânia, explico o que é essa condição, quais sinais merecem atenção, causas mais frequentes, medidas de prevenção e o momento certo de buscar atendimento.
O que é sinovite no ombro
Sinovite no ombro é uma resposta inflamatória da membrana sinovial da articulação glenoumeral e das estruturas adjacentes.
O tecido sinovial pode ficar mais espesso e vascularizado, produzindo mais líquido sinovial. Esse excesso pode gerar derrame articular, sensação de pressão e limitação de movimento.
Sintomas que merecem atenção
Os sinais variam conforme a causa e o nível de atividade, porém, alguns achados são comuns:
- Dor ao elevar, afastar ou rodar o braço.
- Rigidez ao acordar ou após repouso prolongado.
- Inchaço visível ou sensação de peso no ombro.
- Calor local e sensibilidade à palpação.
- Estalos com desconforto associado.
- Queda de desempenho em tarefas acima da cabeça.
Se a dor piora com o passar dos dias, se há febre, perda importante de mobilidade ou dificuldade para vestir roupas, procure avaliação médica.
Causas frequentes
Identificar a origem da sinovite no ombro orienta o tratamento e reduz recidivas.
- Esforço repetitivo em atividades acima da cabeça e esportes de arremesso.
- Traumas diretos ou microtraumas por sobrecarga.
- Doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, gota e lúpus.
- Infecções bacterianas ou virais.
- Desequilíbrios biomecânicos da escápula e encurtamentos musculares.
- Pós-operatório de lesões do ombro ou do manguito rotador.
Fatores de risco
Entre os fatores de risco, destaco:
- Trabalho com braços elevados ou uso de força repetida.
- Técnica esportiva inadequada e retorno precoce ao treino.
- Histórico pessoal de doenças reumatológicas.
- Sedentarismo após os 40 anos.
- Tabagismo, estresse e sono de baixa qualidade.
Como é feito o diagnóstico
O especialista conduz a história clínica, o exame físico e testes provocativos. Os exames de imagem auxiliam a confirmar achados e a afastar outras lesões.
- Ultrassonografia para avaliar o derrame e tecidos moles.
- Ressonância magnética para identificar sinais de sinovite, tendinopatias e alterações do lábio glenoidal.
- Radiografia para alinhamento, osteófitos e avaliação óssea.
- Análise do líquido sinovial quando houver suspeita de causa cristalina ou infecciosa.
Tratamento
O plano é individual e depende da causa. Em muitos casos, medidas conservadoras resolvem a inflamação e devolvem a função com segurança.
- Controle da dor com repouso relativo e gelo por 15 a 20 minutos, 2 a 3 vezes ao dia.
- Medicação conforme prescrição, incluindo anti-inflamatórios e analgésicos, com atenção a comorbidades.
- Fisioterapia focada em mobilidade, estabilidade escapular e fortalecimento do manguito rotador.
- Punção do líquido para aliviar a pressão e orientar diagnóstico em casos selecionados.
- Infiltração com corticoide quando indicada pelo médico.
- Artroscopia com sinovectomia e tratamento de lesões associadas quando o quadro é refratário.
Reabilitação e retorno às atividades
A recuperação evolui por etapas.
- Controle da dor e do edema.
- Ganho gradual de amplitude.
- Fortalecimento e reeducação de movimento.
O retorno ao esporte depende de mobilidade plena sem dor, força simétrica e técnica ajustada, já o retorno ao trabalho manual deve ser progressivo, com atenção ergonômica.
Como prevenir a sinovite
Pequenos ajustes diários reduzem o risco de crise e ajudam a manter o ombro saudável.
- Aqueça antes de treinos e tarefas com braços elevados.
- Fortaleça rotadores externos, serrátil anterior e trapézio médio e inferior.
- Alongue peitorais, cápsula posterior e cadeia anterior.
- Ajuste ergonomia de mesa, ferramentas e altura de prateleiras.
- Progrida cargas de treino de modo gradual, evitando picos súbitos.
- Cuide do sono e da recuperação, pilares que modulam a inflamação.
Quando procurar ajuda
Busque atendimento se a dor é intensa, se há febre, se não consegue elevar o braço, se o inchaço não cede ou se os sintomas persistem por mais de duas semanas.
A avaliação precoce acelera o alívio, evita complicações e orienta o melhor tratamento para sinovite no ombro.
FAQs
Sinovite no ombro melhora só com repouso?
O repouso relativo ajuda nas primeiras fases, porém a recuperação consistente depende de fisioterapia, ajuste de cargas e correção de fatores que iniciaram a inflamação.
Qual exame é mais útil para detectar sinovite no ombro?
A ressonância magnética identifica sinais de sinovite e lesões associadas. A ultrassonografia mostra derrame e alterações tendíneas. A escolha depende da avaliação clínica.
Quando indicar infiltração no ombro?
Quando há dor persistente após medidas conservadoras e o médico identifica benefício. A infiltração pode reduzir inflamação e acelerar o ganho funcional.
Sinovite no ombro é igual a bursite?
Não. A sinovite envolve a membrana sinovial da articulação, já a bursite afeta as bursas. As duas condições podem coexistir e somar sintomas.
Quanto tempo leva para melhorar?
Quadros leves respondem em poucas semanas, enquanto casos crônicos podem exigir reabilitação prolongada e mudanças de rotina para evitar recidivas.
Posso treinar ombros durante a recuperação?
Treinos são retomados de forma progressiva, priorizando mobilidade sem dor, fortalecimento da escápula e técnica adequada. A evolução deve ser guiada pelo fisioterapeuta.