Pós-operatório do reparo do bíceps do cotovelo
Entenda o pós-operatório do reparo do bíceps do cotovelo, com orientações práticas sobre órtese, fisioterapia e quando buscar reavaliação.
O pós-operatório do reparo do bíceps do cotovelo costuma gerar dúvidas porque a cirurgia melhora a força e função, mas exige disciplina no retorno às atividades.
O tendão do bíceps distal é importante para girar a palma da mão (supinação) e para flexionar o cotovelo com potência.
Depois do reparo, o objetivo é proteger a fixação do tendão no osso, controlar dor e inchaço, recuperar a mobilidade com segurança e reconstruir força no tempo certo.
Os protocolos variam conforme a técnica, tipo de fixação, qualidade do tendão, tempo de lesão e perfil do paciente. Siga sempre o plano do seu cirurgião e da fisioterapia.
O que é o reparo do bíceps do cotovelo
A cirurgia reconecta o tendão distal do bíceps ao rádio. Em muitos casos, a lesão acontece em esforço de tração (puxar, levantar, segurar o peso do corpo) e pode causar dor aguda, hematoma e perda de força.
O reparo busca restaurar a biomecânica do braço e reduzir o risco de fraqueza persistente, principalmente na supinação.
Pós-operatório do reparo do bíceps do cotovelo: o que esperar por fases
Primeiros 10 a 14 dias: fase de proteção máxima
- Imobilização com tala/órtese, conforme orientação.
- Curativo e pontos exigem cuidado para evitar infecção.
- Dor e edema são comuns, com melhora progressiva.
- Movimentos liberados costumam ser apenas os indicados pela equipe (mão e dedos quase sempre podem mexer).
Da 2ª à 6ª semana: fase de ganho de mobilidade com controle
- Ajustes na órtese para ampliar gradualmente a extensão e a flexão.
- Exercícios passivos e ativos assistidos podem ser liberados.
- O foco é “voltar a dobrar e esticar” sem estressar a fixação do tendão.
Da 6ª à 12ª semana: fase de fortalecimento leve a moderado
- Início de fortalecimento progressivo, geralmente com elásticos e cargas baixas.
- Supinação contra resistência entra com critério, porque exige bastante do bíceps.
- Aumentos de carga devem ser graduais e registrados (carga, repetições, dor).
De 3 a 6 meses: fase de retorno funcional
- Fortalecimento mais consistente.
- Treinos e tarefas pesadas retornam por etapas, com teste de força e controle de sintomas.
- Alguns esportes e trabalhos braçais podem exigir mais tempo.
Cuidados com curativo, banho e controle da dor
No início, mantenha o curativo limpo e seco. O banho costuma ser liberado com proteção do local, dependendo do tipo de curativo e do dia pós-cirúrgico.
Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser prescritos, mas sempre conforme orientação.
Para ajudar no desconforto e no inchaço:
- Elevação do braço quando possível.
- Gelo com proteção da pele, em períodos curtos.
- Movimentos frequentes de dedos e punho, se liberados.
Dor que piora dia após dia, vermelhidão expandindo, secreção, febre ou mau cheiro no curativo exigem contato com a equipe.
Tipoia/órtese: por que é tão importante
A órtese não é “exagero”, pois controla os ângulos e evita movimentos que podem tracionar o reparo.
Mesmo quando a dor diminui, o tendão ainda está em fase biológica de cicatrização, portanto, tirar a proteção antes da hora costuma ser uma das causas de contratempos.
Fisioterapia
A reabilitação bem conduzida organiza a evolução, reduz a rigidez e ajuda a recuperar força com segurança.
Um plano completo também observa o ombro, escápula e coluna torácica, já que compensações podem aparecer durante o período de proteção.
E isso conversa com um acompanhamento com médico ortopedista de ombro e cotovelo quando há dor ou limitação associada no membro superior.
Em geral, entram por etapas:
- Mobilidade do cotovelo e antebraço (progressiva).
- Controle de edema e dor.
- Ativação muscular leve (isometria, quando liberada).
- Fortalecimento gradual e treino funcional.
O que costuma ficar para depois:
- Puxadas pesadas.
- Barras, levantamento de peso e exercícios explosivos.
- Movimentos repetitivos de supinação com carga alta.
O que evitar nas primeiras semanas
Mesmo que você se sinta bem, evite atitudes que podem sobrecarregar o reparo, como:
- Carregar sacolas, mochilas pesadas ou galões.
- Abrir potes “travados” com força.
- Apoiar o peso do corpo no braço operado.
- Exercícios de bíceps, remadas e puxadas sem liberação formal.
- Dirigir sem autorização (risco por dor, reflexo e limitação da órtese).
Sinais de alerta no pós-operatório
Procure avaliação se notar:
- Dormência persistente ou piorando na mão/antebraço.
- Perda súbita de força ou estalo com dor forte.
- Inchaço importante e doloroso que não melhora.
- Ferida com secreção, calor local intenso ou febre.
- Dor fora do padrão esperado, especialmente noturna e progressiva.
Volta ao trabalho e ao esporte
Trabalho de escritório pode retornar mais cedo, com ajustes ergonômicos e sem esforço.
Atividades braçais e esportes de força exigem liberação mais tardia, com progressão de carga guiada por testes e pela resposta do corpo.
Voltar cedo demais pode significar inflamação persistente, rigidez ou falha do reparo.
Se você está no pós-operatório do reparo do bíceps do cotovelo e tem insegurança sobre exercícios, dor que não evolui ou dificuldades no dia a dia, vale revisar o protocolo com a equipe e alinhar metas semana a semana.



