Osteonecrose da cabeça do úmero: sintomas e tratamento
Entenda o que é osteonecrose da cabeça do úmero, sinais de alerta e como tratar.
A osteonecrose da cabeça do úmero aparece quando a circulação de sangue nessa região falha e o osso começa a perder vitalidade aos poucos.
Com o passar dos meses, a parte superior do úmero perde resistência, a articulação começa a ceder e a dor no ombro entra na rotina, incomodando para levantar o braço, dirigir, trabalhar ou se vestir.
Quando o quadro é descoberto cedo, há mais espaço para frear a evolução da lesão e conservar o movimento do ombro.
O que é osteonecrose da cabeça do úmero
Na osteonecrose da cabeça do úmero, uma parte do osso que participa da articulação do ombro deixa de ser bem irrigada pelo sangue.
Com menos sangue chegando, o osso perde força, as células não se renovam direito e aquela região fica fraca e vulnerável.
À medida que o quadro avança, a cabeça do úmero perde o formato regular. A superfície começa a trincar, formar degraus e pequenas áreas afundadas, e o ombro passa a doer em movimentos que antes eram simples.
A osteonecrose pode aparecer sem causa bem definida, chamada forma primária. Quando vem associada a outras doenças, uso prolongado de corticoides ou traumas, é classificada como secundária.
Em muitos casos, o problema evolui em silêncio nas fases iniciais. A dor costuma chamar atenção apenas quando a cabeça umeral já perdeu parte do formato e da resistência.
Principais causas e fatores de risco
Confira as principais causas e fatores de risco:
- Antecedente de fratura ou luxação do ombro.
- Lesões que envolvem o colo e a cabeça do úmero podem romper vasos e reduzir o fluxo de sangue na região.
- Uso prolongado de corticosteroides em doses altas.
- Consumo crônico de álcool.
- Hemoglobinopatias, anemia falciforme, doença de Gaucher, lúpus, síndrome de Cushing, quimioterapia e distúrbios de gordura no sangue.
Sintomas
A dor no ombro costuma ser o que mais chama atenção, podendo surgir mesmo em descanso e também em gestos simples, como pentear o cabelo, trocar de roupa ou pegar algo no alto.
Em muitos casos. a dor aparece à noite e atrapalha o sono.
Com a evolução da osteonecrose da cabeça do úmero, são observados os seguintes sintomas:
- Rigidez ganha espaço e o paciente nota perda de mobilidade progressiva.
- Atividades que exigem rotação ou elevação do braço ficam difíceis.
- O ombro pode produzir estalos ou sensação de travamento.
- Em estágios avançados, surgem sinais de artrose associada, com dor mais intensa e limitação importante.
Como o diagnóstico é feito
O atendimento começa com uma conversa direta, em que o médico pergunta sobre quedas, cirurgias prévias, uso de corticoide, consumo de álcool e outras doenças.
Depois, parte para o exame físico, avaliando quanto o ombro mexe, testando a força muscular e procurando os pontos que despertam dor.
O raio X do ombro costuma mostrar as fases mais adiantadas da doença, com áreas de osso endurecido, afundamento da cabeça do úmero e sinais de artrose.
Quando a suspeita é de osteonecrose ainda no começo, a ressonância magnética é o exame que melhor enxerga o problema. Ela revela alterações dentro do osso antes de qualquer mudança aparecer no raio X.
Em algumas situações, a tomografia do ombro entra como exame complementar, ajudando a definir o quanto a articulação já foi comprometida.
Com base nessas imagens, o médico classifica a doença em estágios, o que orienta a escolha do tratamento conservador ou cirúrgico e ajuda a estimar o risco de progressão.
Tratamento
Medidas conservadoras
Nas fases iniciais, quando ainda não há colapso importante da cabeça umeral, o tratamento costuma começar com medidas conservadoras.
O ortopedista pode prescrever analgésicos e anti-inflamatórios por períodos curtos, orientar ajuste de atividades e recomendar pausa em esportes que sobrecarregam o ombro.
A fisioterapia entra para manter ou recuperar a mobilidade, fortalecer a musculatura do manguito rotador e da escápula e corrigir padrões de movimento que aumentam a carga sobre a articulação.
O objetivo é aliviar a dor, preservar o arco de movimento e dar apoio ao ombro para que o paciente siga funcional mesmo convivendo com a osteonecrose da cabeça do úmero.
Opções cirúrgicas
Quando a dor persiste apesar do tratamento clínico, ou quando os exames já mostram colapso do osso, a cirurgia passa a ser cogitada.
Em estágios ainda intermediários, uma opção é a descompressão da cabeça umeral, também conhecida como forage, onde o cirurgião cria canais no osso necrosado para reduzir a pressão interna e favorecer a formação de novos vasos.
Em alguns casos, o procedimento é associado ao uso de enxertos ósseos, retirados do próprio paciente ou sintéticos, para dar suporte mecânico e estimular a recuperação do osso.
Quando a destruição articular é extensa e já existe artrose instalada, indica-se prótese parcial ou total do ombro, com substituição das superfícies desgastadas por componentes protéticos.
A decisão entre cada técnica leva em conta idade, nível de atividade, estágio da osteonecrose da cabeça do úmero e expectativas do paciente em relação ao retorno ao trabalho e ao esporte.
Prognóstico, prevenção e cuidados diários
Nem todos os casos evoluem para colapso grave, mas a possibilidade existe e precisa ser monitorada.
O acompanhamento periódico com o ortopedista permite ajustar o tratamento conforme a evolução dos sintomas e das imagens, identificando o momento adequado para intervir cirurgicamente quando necessário.
Do ponto de vista preventivo, o controle dos fatores de risco é essencial:
- Usar corticoides somente com indicação e acompanhamento.
- Evitar consumo abusivo de álcool.
- Manter doenças como lúpus e alterações de gordura no sangue bem tratadas.
- Não ignorar dores persistentes no ombro.
Após o tratamento, o paciente costuma receber orientações sobre retorno gradual às atividades, proteção articular, fortalecimento muscular e manutenção do peso adequado.
O foco é preservar a prótese ou a cabeça umeral remanescente e oferecer qualidade de vida no longo prazo.
FAQs
A osteonecrose da cabeça do úmero sempre causa dor intensa?
Nem sempre. Em fases iniciais a doença pode ser pouco sintomática ou causar apenas incômodo leve após esforço. A dor tende a aumentar quando o osso perde mais sustentação e a superfície articular começa a colapsar.
O uso de corticoide por pouco tempo já pode levar à osteonecrose?
O maior risco está ligado a doses altas e uso prolongado, principalmente em quem já tem doenças de base. Mesmo assim, qualquer paciente em tratamento com corticoide deve relatar dores persistentes no ombro para que o médico avalie a necessidade de investigação.
Qual exame detecta mais cedo a osteonecrose da cabeça do úmero?
A ressonância magnética costuma identificar alterações na medula óssea antes que elas apareçam na radiografia. Por isso é o exame de escolha para diagnóstico precoce em pacientes com dor no ombro e fatores de risco.
Todo caso de osteonecrose da cabeça do úmero precisa de cirurgia?
Não. Casos leves podem ser acompanhados com medicação, mudanças de atividade e fisioterapia. A cirurgia é reservada para situações em que a dor não melhora ou em que as imagens mostram colapso e deformidade importantes da cabeça umeral.
Depois da artroplastia do ombro posso voltar a praticar esportes?
Em muitos casos é possível retornar a atividades de baixo impacto, desde que respeitado o período de reabilitação e as orientações do cirurgião e do fisioterapeuta. Esportes de contato ou com movimentos repetitivos acima da cabeça podem ter restrições.



